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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Fanfic: Brincadeira dos Deuses #2

Fanfic livremente baseada no universo de Forgotten Realms, portanto não deverá seguir fielmente alguns detalhes.

Penitência para quê? 

O destino quando quer sabe brincar com as pessoas ao seu prazer. E ele parecia se divertir ao ver como Tara e Krauser se relacionavam.

Tara e Krauser se conheceram ao acaso quando a jovem acompanhava uma embarcação até a cidade de Waterdeep. Ela não ia sozinha, estava acompanhada de um jovem mago e uma encantadora barda. Todos tinham a missão de fazer com que o navio carregado com a mercadoria de um comerciante de Lua Prateada chegasse intacto e a multa a ser paga caso algo acontecesse ao carregamento seria o casamento da nobre paladina com o filho do comerciante. E isso não era algo que agradasse a moça. Mas o faria se fosse necessário, pois havia a palavra de seu pai e o nome de sua família em jogo.

No outro lado da história, Krauser enfrentava alguns desafios não tão fáceis assim, mesmo para alguém com a força que ele possuía. Ele estava à procura dos orcs que atacaram sua tribo, dizimando-a. Sua mãe estava morta e seu coração transbordava ódio por essas criaturas. Não só por essas, como também pelos Zentarins, cujo líder desse grupo havia derrotado seu pai, um nobre dragão prateado. O rapaz partiu em uma caçada tanto aos Zentarins e seu líder quanto aos orcs que destruíram sua tribo.

Muitos de seus inimigos caíram pela força de suas mãos combinadas com manejo de seu machado. E cada vez aparecia mais e mais orcs no seu encalço. Já havia derrotado próximo de 40 orcs quando ele percebeu mais um grupo numeroso se aproximando de uma pequena vila. Sua atitude foi chamar atenção deles para si e assim correr o mais longe possível para que a vila ficasse em segurança. E assim ele fez. Krauser correu o mais rápido que podia até alcançar a margem de um rio próximo. Olhou para trás e viu que os orcs vinham em seu rastro. Olhou para frente e viu um barco cruzando o rio. O bárbaro não pensou duas vezes, tomou um impulso e saltou em direção a embarcação.

A viagem prosseguia tranquila, sem muitas atribulações. Apenas alguns rufiões ousaram atacar o navio sem êxito, pois Tara e seus companheiros conseguiram expulsá-los antes de conseguirem encostar suas mãos nas mercadorias. A embarcação havia se aproximado um pouco mais da margem ao ouvir um apelo de uma família que pedia ajuda. E foi nesse momento que um integrante inesperado se junta a tripulação.

- Ei, quem é você? – Tara perguntou.

Não houve tempo para resposta e nem para protestos contra o intruso, pois os orcs alcançaram a margem e atacavam a distância. Alguns mais ousados entraram no rio para atacar o navio de perto. O capitão da embarcação escondeu a família enquanto os outros combatiam os inimigos. Houve perdas na tripulação, mas conseguiram salvar o navio e seu carregamento, além da família que havia embarcado antes do ataque.

Passado o susto, a tripulação e o intruso se entreolharam querendo uma explicação. Krauser passava o olhar por todos os marinheiros sem interesse, pareciam frágeis demais para ele. Porém se deteve um pouco mais ao passar os olhos sobre um jovem humano trajando mantos arcanos e em uma bela mestiça élfica que possuía trajes espalhafatosos. Ao pousar o olhar na outra jovem humana, sua atenção ficou aguçada. Prendeu-se a observar a lustrosa armadura que ostentava, ao símbolo de Sune que trazia consigo e no porte imponente e belo que ela possuía. Os longos cabelos castanhos caiam sobre seu ombro e seu olhar intrigado se mantinha nele. A jovem conseguia combinar força e beleza de uma maneira que não se podia imaginar como.

Tara percebendo que o olhar do outro estava em si, também passou a observá-lo com tamanha curiosidade. Fisicamente parecia um monstro. Pele azulada, cabelos brancos, olhos reptilianos e uma protuberância em sua cabeça que parecia que nasceriam chifres. Ela procurava por garras no lugar de mãos, mas apenas encontrou mãos fortes e um corpo extremamente musculoso. Ele era alto, muito alto, até para ela que já se considerava alta perto dos outros. Não usava armadura alguma, apenas uma tanga cobria suas partes íntimas, fazendo o rosto da paladina corar. “Por Sune, de onde saiu essa criatura?” a jovem pensou.

- Quem é você? – Tara perguntou quebrando o silêncio. – Explique o porquê de invadir o navio.

- O que fazem por aqui? - Krauser respondeu com uma pergunta. A voz rouca soou imponente pelo convés – Região perigosa, cheia de orcs.

- Você não me respondeu! E já percebemos que tem orcs por aqui e por sua culpa eles nos atacaram.

- Eu atrai eles para não atacar pessoas. Por isso me seguiram.

Tara olhou surpresa para Krauser, tentando entender como ele tivera uma atitude nobre se mais parecia um brutamontes monstruoso. Ela sacudiu a cabeça para dispersar esses pensamentos não condizentes com sua situação de paladina. Afinal quem era ela para fica julgando uma atitude bondosa?

- Ei, você não me disse para onde vão. – o bárbaro chamou a atenção da jovem.

- Waterdeep. – ela respondeu. – E quem é você?

- Krauser. E você?

- Tara. Tara Stormbringer, paladina de Sune.

Krauser ficou olhando sem entender muita coisa. Sabia que paladinos lutavam pelos deuses, então provavelmente Sune deveria ser uma deusa ou um deus. Tara achou divertido o olhar confuso do outro e explicou que Sune era a deusa do amor e da beleza. Eles conversam mais um pouco enquanto o navio prosseguia pelo rio, faltava cada vez menos para chegar em Waterdeep.  A jovem já sabia o motivo de ele ter essa aparência monstruosa: ele era fruto de um relacionamento entre um dragão prateado e uma humana. Era um mestiço, um meio-dragão. O mago e a barda, que estavam próximos e ouviam a conversa,  olhavam com certo receio para o bárbaro, talvez por medo dele.

- Por que você vai ficar presa? – indagou ao saber o motivo da paladina ir para Waterdeep.

- Não vou ficar presa, farei uma penitência.

- Isso, vai ficar presa. Por que?

Tara respirou fundo antes de respondê-lo, antes de tentar explicar o que era penitência. Percebeu que teria que ter paciência com ele.

- Penitência é uma tarefa que a igreja dá para quem fez algo de errado para conseguir o perdão.

- Você fez algo de errado? O que foi?

- Não consegui proteger meus companheiros e eles morreram. – Tara baixou o olhar.

- Eles deviam ser fracos. Só os fracos morrem.

A paladina sentiu a raiva subir e olhou furiosa para ele. Não achava correto ele julgar os amigos dela desse jeito. Mas ao invés de rebater essa afirmação e gerar novos aborrecimentos, ela preferiu se afastar dele e respirar um pouco para se acalmar. Discutir com quem não tinha discernimento de muitas coisas só a traria problemas.

E assim o navio completa seu percurso e chegam a Waterdeep. A carga havia chegado intacta, para a tristeza do comerciante e alegria de Tara. Ela não precisaria casar-se com quem ela não queria. Na cidade cada um seguiu seu rumo e seus afazeres, conforme os planos que haviam feito.

Em outro plano Bahamut observa a tudo com um sorriso no rosto. Já havia obtido uma vantagem perante Sune. Mas a deusa também observava a tudo sorrindo. Seu plano havia começado do jeito que ela desejava.

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