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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Texto: Confissões de uma galliard II

Conto baseado no RPG Lobisomem: Apocalipse


Querido diário,

Meses se passaram e o que eu temia se tornou evidente. Não tenho mais como esconder a gestação. A única coisa que escondo é a maneira como foi concebida.

Ando pelos cantos tentando ao máximo evitar olhares alheios. Mas nem sempre consigo. O philodox de minha matilha passou a me observar constantemente. Ele nada fala, mas eu creio que ele desconfia de algo. Não só ele, acho que os outros também desconfiam. Quem não desconfiaria de algo ao ver uma grávida infeliz com o bebê que espera?

Até esse exato instante o pai do impuro que carrego no ventre não sabe o que se passa comigo. Não consegui a coragem necessária para compartilhar o fardo com ele. Ainda mais agora que nosso relacionamento acabou. Ele acha que o traí. Acha que o bebê é de outro. Ah se ele soubesse que essa gravidez é fruto do pecado que ambos cometeram... O pior de tudo não é ocultar a verdade dele e sim não saber qual será a reação quando souber. Me rejeitará? Ou aceitará? A segunda opção aliviaria meu coração, pois eu ainda o amo. E sinto que, apesar de ele ter terminado comigo, seu coração ainda me pertence.

Eu poderia ter ido a um theurge pedir uma “solução” para o caso logo no começo. Não consegui. Parece que o instinto materno falou mais alto do que meu medo. Serei recompensada no final?

Final... Será que terei um bom final? Ou morrerei tentando? O medo de toda mãe em não conhecer o seu bebê é o que sinto. Morrerei no parto? Ou sobreviverei e carregarei a marca de ser mãe de um impuro? São tantas coisas passando em minha mente que não sei ao certo se todas tem fundamento. Torço para que o fim (ou o início) não seja trágico, assim como o conto que contei no dia do meu ritual de passagem, ao qual ganhei meu nome garou: Tragédia Sangrenta.

Falta tão pouco tempo... E meu pequeno impuro cresce cada vez mais dentro de mim.

Abnara Campebell

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Texto: Confissões de uma galliard

Conto baseado no RPG Lobisomem: O Apocalipse.


Querido diário,

Quem diria que eu voltaria a escrever em você, meu antigo confidente. Logo eu que aprendi a declamar as glórias e os feitos dos meus irmãos garous nas assembleias. Eu que aprendi a usar a minha voz para embalar os mais refinados ouvidos com meus contos ou com a melodia da minha flauta. Agora estou aqui escondendo um segredo entre essas linhas, um segredo que em breve será visível a todos.

Poesias, canções, amor. Um galliard aprecia tudo isso e muito mais e talvez seja o augúrio que mais se emotiva e encare os sentimentos com mais fervorosidade. Sei disso porque também nasci sobre a lua gibosa e também fui arrebatada por sentimentos fortes. Não agi por mim, deixei o coração me guiar e por fim cometi algo errado. Estou tentando esconder o meu erro, não sei até quando...

Amor. Foi esse sentimento que me arrebatou. Arrebatou um coração jovem e inocente: o meu coração. E eu fui de corpo e alma, me entreguei, amei e agora estou desabafando aqui. Espero que guarde esse segredo aqui nessas linhas.

Assim que passei pelo ritual passagem, fui integrada a um matilha composta por homens. Eu, uma Fúria Negra, convivendo ao lado de um Fianna, de um Senhor das Sombras, de um Cria de Fenris e de um Andarilho do Asfalto. Confesso que no meio de tantos homens, achei que ia pirar. Mas o destino me pregou uma peça e ao invés de irritar-me com a presença deles, acabei me apaixonando por um.

Não, eu não lutei contra essa paixão e nem ele também lutou. Mesmo sabendo que era contra a litania, nos entregamos. De corpo, alma e coração. Foram meses felizes, tendo seu cheiro e seu sabor sempre presentes. Meus companheiros me alertaram, mas ignorei. Queria viver cada momento ao lado dele, sem me preocupar com nada. Esse foi o meu erro. 
 
Com lágrimas nos olhos, eu olho para meu próprio corpo que muda a cada instante. O que ainda consigo esconder, em breve será impossível. O que carrego comigo, o que seria uma benção para muitos, é um pecado para meus irmãos. Não sei o que fazer. Socorro! 
 
Por isso escolhi escrever aqui, desabafar por entre palavras o que estou sentindo. Tenho que tomar uma providência rápido, mas minha cabeça está girando. Preciso de ajuda, mas para quem devo contar? Para ele? Seria o certo... 
 
Enquanto não decido o que fazer, deixo minhas lágrimas correrem e tento abafar meus soluços, escondendo para mim o que carrego em meu ventre: um pequeno impuro.

Abnara Campbell


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Resenha: Como criar e cuidar de um dragão

Inauguro aqui uma nova seção: Resenhas. Postarei, sempre que possível, resenhas dos livros que eu estiver lendo. Compartilhar com vocês o que gosto de ler. Espero que gostem.

Hoje trago a vocês a resenha do livro "Como criar e cuidar de um dragão" do autor John Topsell.